* Por: Marcela Pimenta Pavan
Por quanto tempo conseguimos pensar nas situações presentes, no instante em que algo está acontecendo? Quando fazemos alguma atividade, como simplesmente comer uma fruta favorita, conseguimos focar na sua textura, cor, sabor e perceber as sensações ao prová-la? Ou simplesmente a engolimos sem sequer perceber o quanto automático foi esse gesto?
Isso mostra como pode ser difícil focar a atenção por algum tempo na experiência presente, naquilo que realmente está acontecendo agora. Motivos não faltam. O mundo atribulado de hoje em dia com tantas informações, competições e cobranças externas e internas estimulam a fazermos várias coisas ao mesmo tempo. O que aumenta nossa produtividade em algum aspecto também nos faz perder em experiência, nos levando a uma vivência muitas vezes superficial das situações.
Estar sempre pensando no passado ou no futuro não nos ajuda muito. Certo nível de planejamento é ótimo, sem dúvida, mas quando isso não nos dá a possibilidade de vivenciar a situação presente o stress surge. Ficar pensando no que deveria estar fazendo, e não está, acaba nos deixando ansiosos e no tira a possibilidade de viver o presente como um presente.
O que ganhamos vivendo o momento?
Além de equilibrar a ansiedade e o stress, vivenciar o aqui e agora nos permite receber o que a ocasião está nos oferecendo e é nesse momento que realmente sentimos a vida e aprendemos.
Jon Kabat-Zin, médico e fundador da Stress Reduction Clinic da Universidade de Massachusetts, desenvolveu um programa, através da meditação e do relaxamento, para que as pessoas aprendessem a dedicar atenção plena ao momento, sem julgá-lo. A idéia é não classificar valores ou qualquer sensação como boa ou ruim, mas simplesmente observar com benevolência aquilo que está acontecendo no momento.
As crianças conseguem nos mostrar bem como fazer isso. Por estarem em fase de descobertas, se colocam como exploradoras da situação presente e conseguem mergulhar na experiência e no que ela pode trazer, além da maior contribuição: conseguem se divertir durante a exploração.
A diversão e o prazer das experiências é um dos grandes benefícios obtidos. Conseguir usufruir de doses diárias de prazer nas coisas rotineiras torna o dia a dia muito mais agradável.
Como conseguir isso?
Apesar do cotidiano tumultuado, que nos exige muita energia, é possível escolher algumas situações simples do dia a dia e buscar viver a experiência no momento em que ela acontece. A ideia é sair do piloto automático começando com as situações preferidas: Você gosta mais do momento do banho? Da hora do jantar? Do café da manhã? Escolha uma e comece. Foque, observe, explore, sinta com benevolência, não só a experiência, mas como você se sente ao vivenciá-la.
No início pode ser difícil manter a concentração por algum tempo, qualquer mudança traz desafios. Mas, insista, tente. Outras técnicas como terapia e meditação também auxiliam nesse processo da percepção do agora e de si mesmo.
Ter uma vida com mais bem estar depende em grande parte da predisposição pessoal para realizar mudanças e mantê-las. Ao invés de esperarmos um grande momento para sermos felizes podemos ter pequenas doses de satisfação diária e construir uma vida muito mais prazerosa. “A felicidade não é um destino, mas o caminho”. Siga em frente!*Marcela Pimenta Pavan, psicóloga, CRP 05/41841. Atendimento: Largo do Machado – R.JContato: marcelapimentapavan@gmail.com Foto: Anita Patterson Written by Marcela Pimenta Pavan all rights reserved.
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