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  • Marcela Pavan

Pega na mentira: estudo mostra dois níveis

Mentir costuma ser um tabu na sociedade, mas tema está mais presente no cotidiano do que muitos imaginam e, em alguns casos, chega a ser considerado uma doença.

Polêmica à vista….A mentira está mais presente no nosso dia a dia do que se pode imaginar. Pelo menos é o que aponta um estudo feito pela Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, no semestre passado. O levantamento constatou dois níveis de mentira. Em um grau maior, algumas pessoas chegam a contar três mentiras a cada dez minutos de conversa. Em um grau menor, são duas mentiras por dia.

Essa constatação é curiosa, pois na sociedade, de um modo geral, não é fácil admitir a mentira. Desde cedo as crianças aprendem que mentir é feio. Há os que se consideram mais sinceros que os demais por falarem tudo o que pensam, mas essa postura nem sempre é a ideal. “Viver em sociedade é complicado e requer cuidado com o que falamos. Há situações delicadas em que a verdade pode ofender ou magoar, por tanto, é preciso reflexão para aprender que, em alguns momentos, o silêncio é melhor”, ensina a psicóloga clínica Viviane Lajter Segal.

A sinceridade é algo sempre lembrado como essencial para as relações, mas muitos concordam que, às vezes, ela não ajuda, é o que acredita a enfermeira Gisele Levy. Para ela,  ser sincero é bom, mas dentro de um limite de tolerância social. “Certas vezes não há necessidade de falar o que se pensa, sendo mais educado não ser sincero, mas também não mentir. Nesses casos, o silêncio torna-se a melhor aposta”, afirma.

Quando mentir vira doença


Crédito ThinkStock

Em alguns casos extremos de mentira, a pessoa cria uma realidade paralela e fantasiosa para viver. Esta situação é denominada mitomania. Segundo a psicóloga Viviane, a mitomania é uma denominação para a mentira patológica e que as pessoas que a desenvolvem mentem como uma forma de comportamento sem a intenção de conseguir algo com essa mentira, diferente das pessoas que mentem com o objetivo de obter algum benefício.

E não há uma explicação exata para o que leva o aparecimento da mitomania. Pode ser por fatores ambientais, sociais e familiares. A psicóloga lembra que em alguns casos ela pode se tornar um motivo de preocupação, pois pode afastar as pessoas e atrapalhar relacionamentos. Quando diagnosticada, a questão deve ser tratada até para que não prejudique as relações sociais.

Mentir para ser aceito

O filme “O Mentiroso”, com o ator Jim Carey, por exemplo, retrata a mentira de uma forma bem humorada e apresenta um personagem que tem a necessidade de mentir para agradar ou ser aceito. Essa situação é mais comum do que se pensa e muitos sentem que só a mentira poderá trazer a aceitação do grupo. “Pessoas que mentem apenas para agradar o outro são pessoas que possuem sua autoestima prejudicada, pois não confiam em expor o que pensam ou sentem. Essas pessoas vivem constantemente angustiadas, por não conseguirem realizar aquilo que realmente gostariam”, explica Viviane Lajter Segal.

Sendo assim, de quem não se espera uma mentira? Geralmente das pessoas mais próximas. “Não aceito a mentira de gente bem próxima a mim, pois se eu procuro ser verdadeira, porque deveriam mentir para mim?”, diz a gerente de RH Viviane Pereira. A mentira em um relacionamento amoroso também não costuma ser tolerada. “Uma relação amorosa pautada por mentiras nunca daria certo. O que se tem de verdadeiro quando um não é honesto com o outro? Se a mentira é necessária, o relacionamento não existe”, finaliza  a enfermeira Gisele Levy.

Matéria publicada no site OEstadodoRJ

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