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  • Marcela Pavan

As aparências enganam e trazem junto suas armadilhas


Será que as aparências enganam facilmente? Um dos assuntos mais presentes no dia a dia e que carrega uma carga muito forte é o valor que a aparência tem modifica relações e comportamentos. Muitos se questionam o que realmente deve ser levado em consideração: a aparência ou o que está por dentro das pessoas e das coisas em geral?

E assim muitas vezes os olhos enganam e não deixam enxergar o que de fato é bom ou ruim.  Às vezes nos deixamos enganar por uma bela embalagem de presente, sem saber o que há por dentro. Quem nunca sentiu brilho nos olhos ao receber uma caixa grande com um belo laço vermelho? Ou ao receber uma caixinha modesta não se empolgou na mesma medida? Os nossos sentidos, então, muitas vezes nos fazem avaliar a embalagem positivamente, sem antes analisarmos o conteúdo.

A impressão que se tem das pessoas vai pelo mesmo caminho. A própria sociedade, com o estabelecimento dos estereótipos e de comportamentos a serem seguidos como um padrão, estimulam a valorização das aparências. “Vivemos em uma sociedade em que ter é mais importante que ser. Um exemplo é a ênfase cada vez maior na beleza e estética com uso desenfreado de cirurgias plásticas e dietas radicais inclusive entre jovens”, aponta a psicóloga clínica e terapeuta de casal e família da PUC/RJ Viviane Lajter Segal.

Aprendendo a lidar com as aparências

Em um mundo no qual as aparências permeiam as relações, a mídia e a sociedade em geral instintivamente sentem dificuldade de definir o que é real ou não, o que é verdadeiro ou artificial. Muitas pessoas, por exemplo, usam de sua boa aparência e do talento para conversar e envolvem pessoas despreparadas que se tornam presa fácil para serem roubadas e enganadas.

É muito fácil, seguindo essa lógica, nos enganarmos com o comportamento de pessoas que se mostram de um jeito, mas são de outro. Há quem acredite que nos deixamos enganar pela impressão que os outros deixam baseado na aparência exterior.  “Acredito sim que as aparências enganam, porque muitas vezes temos casos de pessoas que pensamos ou mostram ser de um jeito que na verdade não são. Devido a, nossa ‘impressão’ acabamos tendo visões erradas sobre as mesmas”, diz a pedagoga Barbara Barcellos.

Quando certas pessoas usam de sua beleza, de seus bons argumentos para serem usados de forma a fazerem mal aos outros, isto demonstra traços de uma patologia que deve ser tratada, segundo a psicóloga Sandra Farhat. “Existem belezas com grande carga de sensualidade e isto poderá funcionar para atrair suas ‘presas’. A pessoa que se aproveita desta sua condição positiva fazendo mau uso dela são pessoas, provavelmente, de má índole ou com alguma patologia”, afirma a profissional.

A ostentação das aparências


Nem sempre o conteúdo será tão belo quanto a embalagem. Crédito: ThinkStock


A evolução da sociedade trouxe uma massificação do comportamento humano. A beleza, o corpo, a riqueza passaram a ter uma importância primordial. Algumas vezes é possível perceber que as relações ficaram artificiais, há pessoas que gostam de ostentar o que possuem e através disso se sentem mais valorizados, mas nem todos concordam que esse seja o caminho.

“Hoje em dia existe muita ostentação. As pessoas gostam muito de exibir roupas de marca, o celular de última geração, o carro mais potente. Mas me pergunto se isso lhes traz felicidade. Tenho minhas dúvidas”, opina a vendedora Camila Torres Formoso.

A necessidade de ostentar as artificialidades tem um pouco de necessidade interna, mas também uma influencia externa muito grande. “A valorização da aparência é uma forma aprendida do que é colocado pelo mundo externo. É só notar como os padrões de beleza vão mudando. Atualmente o noticiário mostra que a mulher ‘bombada’ é novo símbolo do corpo feminino. Imagina a mudança que isto causa na sociedade”, explica a psicóloga Sandra Farhat.

Aprendendo a valorizar o conteúdo

Apesar das dificuldades de se avaliar o conteúdo em uma sociedade tão influenciada por imagens, há exercícios de consciência que podem ser feitos para tornar as relações mais verdadeiras. “As pessoas são muito preconceituosas e só veem a aparência, o que está por fora. Muitas vezes, a pessoa pode ser a mais bonita e não necessariamente ser mais honesta, já outra com uma aparência oposta, pode ser uma ótima pessoa. Em geral, nosso julgamento é errado e devemos repensar nossas posições”, opina a estudante Vanessa Freitas.

Se conhecer melhor faz parte do processo de valorização do outro, que inclui refletir o que realmente deseja, quais os valores mais importantes para si e o que espera do outro. “É preciso ter uma visão crítica sobre o que acontece a nossa volta. Refletir sobre os fatos, propagandas, músicas, novelas. Conseguir diferenciar aquilo que é relevante para a sua realidade e estilo de vida, daquilo que a sociedade determina como um padrão bom para todos. Nesse sentido a psicoterapia é um importante aliado nesse processo de redescobrimento”, finaliza a psicóloga clínica e terapeuta de família Viviane Lajter Segal.

 Matéria publicada no site OEstadodoRJ

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